Crônica
Durante toda a minha vida andei rabiscando textos. Às vezes rimavam, outras nem tanto. Alguns tristes outros alegres. E assim fui largando um após outro, sem nunca ter mantido algum, exceto por alguns que contava nos dedos de uma mão. Antes de entrar no RL, a grosso modo, devo ter produzido em torno de 20 textos no geral, considerando apenas os totalmente concluídos. Desses escassos .... , como já disse guardei bem poucos e ainda destes que guardei, perdi quase todos. Ainda devo ter uns três ou quatro perdidos nos meus trastes pós mudanças, dos quais não guardo a menor lembrança, mas espero ainda encontrá-los.
Em janeiro de 2007, o poeta Ferreira de Carvalho, também meu amigo e colega de trabalho me "arrastou" para o RL. Sou grato ao amigo Ferreira, pois ele foi além do papel de apenas mostrar; ele forçou a barra para eu publicar meus textos aqui. Diante da alegação de que eu não tinha quase nada publicar, a não ser dois poemas em mãos, me garantiu que publicando esses dois, outros viriam e em pouco tempo eu despertaria o que em mim dormia.
Assim, em 11/02/2007, publiquei então meu primeiro poema, uma homenagem que houvera feito a um grande amigo, falecido precocemente: "Prá não dizer adeus", composto em 1997. Foi o próprio amigo poeta que fez o primeiro comentário, reforçando o intento de me introduzir neste RL. Considerando que esse cometário estava totalmente comprometido com a missão de me tornar Recantista (pelo que serei eternamente grato), tenho de agradecer também aquele que foi o real primeiro comentário que recebi aqui: O da brilhante poetisa Flor de Sal. Suas palavras foram decisivas e complementaram minha tomada de decisão. Agradeço portanto a minha entrada neste maravilhoso ambiente aos dois poetas que citei: Ferreira de Carvalho e Flor de Sal.
Em 1980, no auge de meu romantismo, produzi o poema, "Fusão". Foi esse poema o meu segundo post no RL. A partir desse, iniciei timidamente a produção de novos textos, usando a própria escrivaninha como rascunho e prelo. De forma que se hoje não escrevo bem, se meus textos não têm poesia, é porque não nasci com o dom, mas com certeza são muito melhores do que eram antes. Tanto em qualidade quanto em volume. Além do que toda essa experiência serviram de base para outros projetos, dentre eles a criação de algumas modalidades de poemas minimalistas, como o Sonido e o Avlis, já bem definidos, sem falar naqueles já descartados.
Estou muito feliz e quero dividir esta felicidade com todos os recantistas, sobremaneira aqueles que tanto me leram e tanto incentivo me deram. Agradeço também àqueles que mesmo não o sendo, vieram aqui apenas prestigiar meus escrito. Não poderia deixar de homenagear aqueles recantistas que já não estão entre nós, mas que com toda certeza, onde estiverem, estão cercados de poesia. Deixo de citar mais nomes apenas para não cometer injustiças. Mas tenham certeza que vez ou outra fico revendo todos os comentários que recebi nesses 99 textos que publiquei. E tenham mais certeza ainda, que adoro cada um deles...
Aos editores do Recanto deixo meu agradecimento pela brilhante ideia. Deixo também meu incentivo para que continuem melhorando sempre esse ambiente de luz e sabedoria.
É dessa forma pois, em festa, que quero postar meu 100º Texto, na certeza de continuar contanto inequivocamente com a fertilidade do jardim RL... até porque tenho em rascunho mais de 150 outros esperando inspiração para conclusão... Quem sabe um dia não me torne um poeta...
Comemorativo à 100ª mpostagem no RL