No sertão do Ceará
Nos idos dos anos vinte
Pertinho de Quixadá
Sem nenhum outro requinte
Cidade Maria Pereira.
Na frente de uma arueira
Aconteceu o seguinte:
Não chovia uma só gota No sertão do Ceará
Nem água pra lavar roupa
Nem pra um banho tomar
Ai nasceu um menino
Que chamou-se Zé Sabino
É dele que vou falar
A fome a castigar
Precariamente vivendo No sertão do Ceará
O menino foi crescendo
Não vendo futuro algum
Se mandou pra Iguatu...
Com seu pai nada sabendo
O velho tão revoltado
Resolveu deixa pra lá
Pois estava acostumado No sertão do Ceará
Ver o povo ir embora
Pro Norte e Brasil a fora
E, às vezes, nem voltar.
Voltou o menino em vão
Pois alí, nada a mudar.
Deixou de lado o Sertão.
Em Rondônia foi morar
Coração em lá em Mombaça.
Dos tempos que foi criança No sertão do Ceará
Homenagem póstuma:José Sabino(Zé Munduri), pai do autor, pelo 98º aniversário de nascimento. Publicação Original: Com o título de José Sabino, como exemplo, em AvlisCordel,10/04/2018 AvlisCordel: Modalidade criada por Chagoso em 2017. Regras: Teoria Literária ou Site