No Caldeirão do Inferno
Rondel
Um apito longo se ouvia.
Na correria geral,
Lenha seca, água fria.,
Tudo era sempre igual.
Nos tempos da Ferrovia,
Entre Jaci e Jirau,
Um apito longo se ouvia,
Na correria geral.
Era um trem que vinha ou ia,
No verão ou no inverno,
Ali se abastecia.
No Caldeirão do Inferno...
Um apito longo se ouvia.
19/01/2020
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Rondel:
Modalidade de poemas de origem francesa. Veja mais em Connsiderações Sobre Rondel
Caldeirão do Inferno:
Como era conhecido o local onde havia uma estação de abastecimento de água e lenha às locomotivas da EFMM. Em seu entorno se formou um pequeno vilarejo, distando 110 Km da sede do gigantesco município de Porto Velho. A denominação referia-se à cachoeira de mesmo nome. No local. hoje, existe a UHE de Jirau.
Reminiscências:
Naquele pequeno vilarejo, em agosto de 1958, minha querida maezinha achou por bem dar a luz a este ser que vos fala. Infeliizmente, quando a ferrovia EFMM foi desativada a vila também sucumbiu. Quarenta anos depois tentei rever o meu "torrão natal" mas nada mais ali havia a não ser uma propriedade rural. Ainda visualizei os resquícios dos trilhos enferrujados e , ainda de pé uma placa com um número: 110. Pareciam dizer:Só restamos nós". Eu sequer fotografei aquela que seria a última lembrança "viva" daquele lugar. Ela já não está mais lá!
Ilustração:
Fragmento da imagem do local onde fora Caldeirão do Inferno, fornecida pelo Google Maps, atualizda em 2022.