Minicrônica
Nós consideramos o cidadão que se mostra estranho ou indiferente à política como um inútil à sociedade e à República¹.
O famoso General, após retornar vitorioso da Guerra do Peloponeso, fez um discurso justificando seus feitos e construindo uma narrativa em torno do modo democrático que vivam os atenienses. Dizia ele da necessidade de um exército forte para defender seus cidadãos mas ao mesmo tempo preconizava uma Atenas aberta a qualquer estrangeiro que ali chegasse. Para ele era justamente esta característica democrática que engrandecia e trazia fama a cidade. Dentre muitas coisas sobre as quais falou, uma sempre me chamou muita atenção: a necessidade da participação ativa de todo cidadão nas coisas do estado. Segundo essa premissa, aquele que era alheio ao que acontecia nas altas esferas da administração, não apenas era inerte, ocioso ou inexpressivo. Esse cidadão omisso era pernicioso e malicioso ao estado e aos cidadãos, uma vez que não usando seus direitos de escolha ou opinião, cedia-os a terceiros que sequer teriam obrigação de escrúpulos . Trazendo para os dias de hoje, nas nossas democracias, equivaleria aos eleitores que não votam efetivamente nas coisas que acreditam e deixam que inescrupulosos se aproveitem dessa situação e usurpem seus legítimos direitos.
¹Fragmento do discurso de Péricles
Ilustração:
Fragmento esmaecido e descolorido da imagem da pagia Péricles, na Wikipédia
Mais Sobre Péricles:
Péricles, Wikipédia
Discurso de Péricles, Portal da História